top of page

Vigo & Ilhas Cíes - Viagem de 3 dias

Quem é que está a pensar tirar uns dias de férias para descansar e abstrair do mundo? Pois bem, conheço o sítio perfeito para isso.

Há umas semanas atrás decidi que devia fazer alguma coisa por mim e só para mim. Apetecia-me isso mesmo, desligar do mundo e estar presente comigo mesma, pensar em tudo o que a minha cabeça vai acumulando, colocar as ideias em ordem e claro, conhecer sítios novos.

Decidi ir para perto para não gastar muito dinheiro mas que tivesse praia.

Pensei, Portugal ou Espanha? Pamplona ou Galiza?

E de repente decidi que Vigo seria a cidade perfeita. É uma cidade pequena e grande ao mesmo tempo. Parecia-me o destino ideal para eu conhecer, sem ter aquele receio de me perder. Considero-me uma pessoa com bom sentido de orientação mas às vezes, com o nervosinho, nunca se sabe.

Pois bem, atestei o depósito do carro, meti na mala um saco com algumas peças de roupa, a minha mochila de turista e lá fui eu.

Assim que atravessei a fronteira senti um arrepio.

De facto apego-me às coisas, às situações e aos sítios de uma maneira incrível e senti esse arrepio por estar a deixar o meu Portugal. Como se houvesse alguma diferença em andar nas estradas do lado de cá ou de lá da fronteira! Sendo apenas durante três dias. E ainda por cima sou espanhola por isso não sei porque que senti aquilo mas pronto. Estava a entrar na aventura e já só queria chegar ao destino.

Quando cheguei, pensei “E agora? Ainda não posso ir para o hotel deixar as coisas, o que vou fazer?”

Eu levava programado algumas coisitas mas não muitas. O objetivo era descobrir os locais mais turísticos e deixar fluir as horas, aproveitando cada momento do dia. Pois assim foi. Comecei a passear por aquelas belas ruas que no início até me estavam a meter confusão porque não havia gente. Era feriado e estava tudo fechado. Por momentos pensei “foi um mau dia para viajar”, mas não. Os espanhóis é que aproveitam a vida de forma diferente dos portugueses e as ruas encheram passado umas horas, mesmo estando tudo ou praticamente tudo fechado.

Depois fui para o Hotel e adorei. O Hotel México tem uma receção incrível para ser um hotel de três estrelas. Cheio de luz, de cor e muita simpatia por parte de todos os funcionários.

Acabei por aproveitar o dia todo só a passear. Avenida para cima, rua para baixo. Era super fácil localizar-me ali. Vá, também me perdi algumas vezes mas o “segredo” era seguir sempre em frente porque todos os caminhos iam dar à Gran Vía ahah.

Pois, e agora pensam, “Gran Vía, isso não é em Madrid ou Salamanca?”

Pelo menos foi o que eu pensei. E sim, há em Madrid e em Salamanca e em todas as cidades espanholas, tal como acontece com as famosas Plazas de España ou as Calles del Princípe ou até as Porta do Sol.

Anyway...

Conheci a bela cidade aberta ao mar, desde:

-O MARCO, Museu de Arte Contemporânea de Vigo.

-A grande Rua Urzáiz que em linha reta ia do Hotel até ao Porto de Vigo:

-A Praça de Espanha:

-A Gran Vía:

-A Porta do Sol, onde se encontra El Sireno:

-A Praça da Constituição.

-O Castro, com uma vista lindíssima para a cidade, desde lá do alto do parque.

-O Porto de Vigo, onde saem todo o tipo de barcos, desde lanchas, porta-contentores a cruzeiros:

Depois disto tudo, fui dormir ansiosa pelo dia seguinte porque sabia que se o primeiro dia tinha sido bom, o segundo ainda iam ser mais.

2º Dia:

Acordada com bastante tempo de antecedência (como costumo fazer todas as manhãs), lá fui eu até ao Porto de Vigo apanhar um barco para as Ilhas Cíes.

Várias coisas aconteceram neste dia.

Comparando o dia anterior para o de hoje, Vigo estava cheio de gente logo às 9h da manhã, com os turistas eufóricos para passear, navegar e ir para as Ilhas. Existem várias Ilhas em Vigo e a que tinha mais visitantes era a Ilha Cíes.

A fila para entrar na Naviera era gigante e aquilo fez-me lembrar os barcos que apanhava no cruzeiro para ir para terra, quando fui às Caraíbas no ano passado. Talvez um bocadinho maiores, mas o espírito das pessoas era o mesmo.

As Ilhas Cíes são um paraíso, um mundo à parte.

Existem algumas regras a cumprir porque trata-se de um espaço natural protegido que deve ser tratado com normas, onde ninguém tem o direito de destruir ou de alterar o quer que seja. Por exemplo, todo o lixo que as pessoas fazem, têm de trazê-lo de volta porque não existem caixotes do lixo. Ao embarcar para a ilha, dão sacos do lixo a todos os passageiros para prevenir. Outra regra a seguir era não incomodar a fauna autóctone mas na verdade, os animais é que incomodavam as pessoas ahah. As gaivotas não têm medo de nada e andam em cima da gente, comem tudo o que está a vista, enfiam o bico nas mochilas das pessoas para tentar sacar alguma coisa e não demoram em se acomodar nas toalhas se estas estiverem vazias. O que eles querem é comer e passear por ali ahah.

Podemos pensar nas Ilhas Cíes como uma ilha deserta mas cheia de gente. Não existem hotéis, lojas, bares ou o quer que seja. Apenas dois restaurantes, um mini mercado e um parque de campismo. Aquele sítio é mesmo para relaxar, passear pelos caminhos da montanha e relaxar de novo. Quis comprar uma lembrança (mais precisamente uma caneca) como costumo fazer em todos os sítios que visito e não consegui por causa de não existir onde comprar.

Um conselho para quem quiser ir, é levar umas sapatilhas para conhecer os passadiços entre as montanhas que nos levam até ao Farol da ilha ou para simplesmente retira-nos num caminho e apreciar a vista enquanto se respira aquele ar puro. Para quem preferir praia, sol e água também está mais que à vontade. Para mim, foi perfeito misturar o campo com a praia. Já para não falar nos segredos que se guardam em sítios como este. O que acontece na Ilha fica na Ilha ahah.

Quem me dera ter um sítio daqueles bem mais perto e só para mim. Bastava-me um cantinho pequenino eheh! Seria com certeza o meu refúgio para aqueles dias menos bons.

A Praia de Rodas é uma das praias da Ilha e foi considerada a melhor praia do mundo, em 2007 pelo The Guardian, afirmando que era igual às praias das Caraíbas e quem lá vai percebe porquê. A grande diferença é só a temperatura da água (só um bocadinho ahah).

Eu não sabia se o que se falava da Ilha era verdade ou não porque nunca achei que fosse assim tão conhecida. Apesar de já ter percebido que sim e cada vez será mais. Mas pronto, pelo sim pelo não, reservei o bilhete de volta para o penúltimo horário disponível, permitindo-me aproveitar ao máximo. Depois de embarcar e 40 minutos depois, estava de novo em Vigo, com as pernas de rastos, com o corpo cheio de areia e alguma fomeca. Fui jantar umas tapas, tomar um bom banho e cama.

Este é o mapa da Ilha que aparecem nos panfletos que dão a todos os passageiros ao entrar no barco, juntamente com os sacos do lixo:

O terceiro e último dia não foi para passear nem relaxar. Foi para me dar ao luxo de certas coisas. O primeiro “luxo” foi tomar um daqueles pequenos-almoços à grande dos hotéis onde eu devoro tudo. Só quem me conhece sabe o quão feliz sou a comer ahah.

O restante dos luxos foi simplesmente pegar na carteira e ir às compras. Sim, o luxo foi comprar coisas para mim, lá para casa e ainda mais algumas para mim eheh.

Chegada a hora de ir embora, peguei no meu carrinho, nas minhas trouxas e ala para Portugal de novo. Ia de coração cheio, de mala cheia e com um grande escaldão nas costas e no rabo mas o melhor sentimento que esta viagem me proporcionou, foi o orgulho que tive de mim mesma, por ter conseguido viajar sozinha e ter aproveitado ao máximo tudo o que me foi possível.

Ali fui feliz e com certeza que voltarei!

Até um dia Vigo e Ilhas Cíes.

bottom of page