Cada pessoa possui uma história de vida inigualável à de qualquer outra.
Existem pessoas muito parecidas a nós. Existem pessoas com os mesmos gostos e ideais. Até existe a nossa alma gémea. Mas não existe uma pessoa completamente igual. Somos únicos e devemos ter orgulho disso.
Não gosto de imitações ou réplicas, principalmente de pessoas. Cada um tem a sua vida, a sua personalidade, os seus valores, os seus gostos, os seus sonhos e paixões. E é cada detalhe e particularidade que nos distingue.
Quando conhecemos alguém, não conhecemos o seu passado, não sabemos o que a pessoa pensa ou vai fazer. Devemos observar. Tudo tem uma explicação lógica. Não devemos julgar.
No meio de um grupo de pessoas, existem os “faladoras” e os “ouvintes”. Eu prefiro ouvir e observar porque é assim que se aprende; é escutando que se conhecem novos mundos e opiniões.
Há bem pouco tempo conheci aquela história de um rapaz que ia no comboio com o pai, e só estava a dizer tolices. Dizia todo contente e abismado que as árvores iam atrás dele, que as cores eram mesmo vivas e que todas as coisas tinham uma sombra gigante.
Os outros passageiros em vez de observar e perceber aquele rapaz, julgaram-no e disseram ao pai pra levar o filho ao hospital porque ele parecia um maluquinho a olhar pela janela. O pai com um sorriso na cara disse que já não precisavam de nenhum médico. Eles estavam a regressar do hospital e aquela reação era de alguém que tinha nascido cego e estava a ver pela primeira vez. É uma história emocionante que nos deixa a pensar.
Acho que estamos sempre a aprender, tanto com coisas boas como com más. Vivemos num mundo que parece uma montanha russa. Tanto estamos bem como não. Há tantos tipos de pessoas, tantos feitios, tantas situações… a humanidade é uma complicação, uma selvajaria. Digo sem receio algum que queria ser criança pra toda a vida porque só aí é que o mundo parece um arco-íris, sem preocupações e responsabilidades.
Passamos por tantas coisas na vida que há alturas em que perdemos o rumo do barco. Perdemos o sentido que tínhamos traçado pra aquele sonho de uma vida. Perdemos o foco dos nossos esforços. Simplesmente parece que estamos a boiar num vazio de desesperança e de desconsolo.
É triste… Uma vez ouvi uma frase da Madre Teresa de Calcutta que me marcou. Ela dizia “Lo más miserable y trágico de la pobreza no es la falta de pan ni de techo. Es el sentir se nadie, el no ser nadie, el carecer de identificación, el carecer de estima publica”.
Como se não chegasse viver num mundo de loucos, existem aqueles momentos em que não te encaixas no circo; não consegues acompanhar a animação; e não sabes se é naquela carruagem que queres ir.
Respira e inspira…. 10, 20 ou 30 vezes e o melhor a fazer é não pensar. Uma pessoa faz tantos planos pra vida que às vezes podemos estar a estragar os planos que a vida tem pra nós. Por isso, o meu conselho (que também serve pra mim) é sermos nós próprios, à nossa maneira, no nosso mundo, no nosso balão, para assim provarmos alguma felicidade.